30 de junho de 2008

Delegar... é uma arte!

Em uma grande empresa fala-se muito sobre "a arte de delegar tarefas". Pena que, muitas vezes, esse recurso é utilizado por aqueles em cargos de liderança para empurrar as tarefas mais desagradáveis para aqueles que não têm para onde correr. E dá-lhe confecção de planilhas sem propósito, emails "boi de piranha" (aqueles que você escreve com a certeza de que o destinatário vai descer a lenha em você quando ler), organização de tarefas inúteis e enfadonhas... enfim, dá-lhe perda de tempo. Dá-lhe trabalho sujo sendo feito pelos trouxas que (ainda) não apitam nada!

Um tempo atrás eu li "O Gerente Minuto". Decidi encará-lo como uma obra de ficção; durante minha experiência profissional eu nunca deparei com alguém que resolvesse as coisas daquela forma em uma empresa. Pra mim aquilo é lenda. O que eu mais vejo é ge(re)nte estabelecendo objetivos bobos para seus subordinados, isso quando eles estabelecem tais objetivos. E tudo o que os subordinados fazem é executar o trabalho que ninguém quer fazer. De duas, uma: ou ninguém lê "O Gerente Minuto" ou aquele conceito só é bacana no papel, e o que funciona mesmo, o que traz lucro pras empresas, é um modelo de trabalho ineficiente, que livra os líderes do trabalho que eles não querem fazer mas gera uma classe de subordinados de saco cheio de suas funções -- apesar de esse modelo não fazer sentido nenhum.

27 de junho de 2008

Piadinha na inbox do trabalho? Quem mandou?

Tem uma coisa que consegue me tirar do sério. Até mais do que certas atitudes desgerenciais. É receber email com piadinhas, correntes, powerpoints com musiquinhas e mensagens tristes ou fotos sobre a fome na Etiópia... na caixa de entrada do trabalho!

Há uma convenção (acho que até formal) que diz que o email que a empresa disponibiliza para o funcionário serve apenas para emails relacionados às suas atividades exercidas durante o expediente. Emails pessoais devem ser encaminhados para o endereço de email pessoal. Eu tento seguir essa norma na medida do possível. Fico revoltado quando mandam um email engraçadinho para o endereço de email do trabalho. Já pensei em uma vingança bem cruel, tipo enviar umas fotos de sexo com animais em retribuição. Mas aí eu estaria usando o email do trabalho para isso, e provavelmente a pessoa entenderia que eu, assim como ela, não faço a distinção necessária entre email particular e email comercial. Também já fiquei com vontade de falar para o remetente que eu prefiro usar o email comercial para resolver assuntos importantes, mas ainda não consegui pensar em uma abordagem sutil. Também já pensei em bloquear o remetente, ou configurar o programa de correio para direcionar as mensagens dessa pessoa diretamente para a pasta "Lixo eletrônico". É... sabe que eu gosto dessa idéia?

26 de junho de 2008

Gerenciamento de projetos


Pior que isso é muito mais comum do que se imagina.

25 de junho de 2008

Gerenciamento de tempo? Pra quê?

Eu odeio quando as pessoas não são práticas. O engraçado é que a gente sempre ouve que o importante em uma grande empresa é ter o máximo de certificações, pós e MBAs possíveis e imagináveis e muito pouco do que se aprende é posto em prática. Você ouve que é super importante ter um bom gerenciamento de tempo, delegar tarefas para as pessoas certas, e no dia-a-dia tudo o que se vê é uma meia dúzia de trouxas carregando todo o trabalho que deveria ser feito por seus chefes. Isso quando não acontece uma situação semelhante à que eu vou contar.

O seguinte diálogo se deu em uma manhã que já não estava muito agradável:

Gerente: E aí, conseguiu fechar o plano?
Trouxa: Sim. Já te mandei por email.
Gerente: Tá. Então... vê com o pessoal quem pode ajudar a desenvolver a ferramenta XPTO, pode ser?
Trouxa: Eu já falei com eles. Só temos 3 pessoas disponíveis.
Gerente: Fala de novo.
Trouxa: Eu já falei com toda a equipe 3 vezes só hoje. Será que adianta realmente falar de novo?
Gerente: Não sei, por que você não tenta?

Agora, pra que é que eu vou me preocupar com gerenciamento de tempo se eu preciso ficar interrompendo meu trabalho pra atender aos caprichos dos outros? Francamente, viu?

24 de junho de 2008

Aprendendo gerentês

Pois é, descobri que estou aprendendo gerentês. É a convivência com essa gente que habita as empresas com um vocabulário repleto de palavras em inglês mal pronunciadas. Esse povo que só sabe falar de planilhas e planos de ação. Essa legião que não conhece chongas (eu tinha pensado em escrever "porra nenhuma" mas achei que seria forte demais pra um primeiro post) sobre seus subordinados e mesmo assim quer se mostrar super entendida sobre tudo e todos.

E eis que eu me flagro proferindo a seguinte frase:

- Nogueira*, precisamos fechar o coverage plan (pronuncia-se "côverejiplén") pro próximo fim de semana. Além disso a gente tem que pensar no máximo possível de issues que possam impactar o trabalho deles. O Paulo** pediu pra gente garantir que o plano vai funcionar anyway (pronuncia-se "êniuêi").

Pois é, tenho adotado inconscientemente esse vocabulário. Isso me assusta um pouco, pois eu sempre achei uma bobagem seguir essas modinhas intracorporativas. Mas ao mesmo tempo me dá um certo entusiasmo; se eu estou aprendendo a falar igual gerente, quem sabe a curto prazo eu esteja assumindo uma posição equivalente? Ainda não sei se é isso mesmo o que eu quero, mas pelo menos paga bem.

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Não sei se eu preciso explicar qual é a proposta desse blog, mas estou sentindo falta de algo. Talvez seja justamente uma apresentação ou algo do tipo. De qualquer forma, minha idéia é expor pensamentos e, por vezes, histórias sobre o mundo corporativo e esses personagens tão pitorescos, os gerentes.

Em breve tem mais!

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* Os nomes são fictícios pra preservar a identidade dos colegas de trabalho e, principalmente, meu emprego.

** Gerente fictício.